Leticia

Personagem
Características
Nome:	Leticia
Idade:	15
Peso:	46kg
Cabelos:	Loiros
Olhos:	Esverdeados
Obs:	Karen Ashpova é seu verdadeiro nome.

Aparência

Tem longos cabelos loiros, rosto delicado e livre de manchas. Possui todos os dentes, sua boca é fina e delicada. Tem nos olhos uma mistura de castanho com verde, o que torna sua aparência muito agradável. Usa roupas velhas, algumas até meio rasgadas. Não parece ser rica, muito menos ter dinheiro. a pele é maltratada do sol, e os cabelos ensebados, até com algumas folhas presas entre eles.

Comportamento

Na frente de estranhos gentis, ela tenta ser branda, entende-los e compreender suas razões, ouvi-los. Com estranhos rudes, ela prefere se afastar, pois sabe que vai perder a paciência muito rápido. Quando não esta entre amigos, mergulha nas lembranças ruins da infância e fica melancólica. Não tem modos a mesa, come feito um animal. gosta de correr pelo mato e acredita que seres na floresta se comunicam com ela. Apesar de ser só imaginação.

História

Segue trechos da vida da garotinha conhecida como Leticia por muitos do reino.

Leticia?

Estava chovendo muito aquela noite, e os Ashpova dormiam no mesmo quarto, pois a pequena filinha deles, Karen, estava com muito medo dos trovões.

Era uma linda criança, e seus pais tinham muito orgulho dela. Sempre muito esperta, aprendeu a andar mais rápido que as outras crianças dali.

Ela gostava de sentar com as outras crianças na praça, e contar as histórias que seus pais lhe contavam antes de dormir. Tinha tantos amigos, tantos sonhos, tantas pessoas que acreditavam em seu futuro.

Mas tudo isso ia acabar naquela noite.

O fim

Aqueles malditos velhos da religião desceram e pisaram o chão com suas botas de couro caro, levantaram seus roupões do mais puro linho, pra não sujar naquela lama toda, e com suas lamparinas iluminando o escuro caminho, foram até a porta dos Ashpova.

Yioli, o senhor da casa foi quem os atendeu. Logo acordou sua esposa para que fizesse um chá para os visitantes.

Os velhos aparentavam ser muito ricos, e só a simples ostentação de riqueza, já conquistava o respeito dos menos afortunados.

Durante a noite, os religiosos explicaram aos pais da pequena Karen, que existia uma profecia sobre uma criança prometida, que faria grandes coisas pela humanidade. Tudo mentira, mas os pais acreditaram. Afinal a garota era muito talentosa, por que não seria ela?

Ficou então firmado o acordo de que a menina iria para um retiro religioso, onde lá receberia a educação da criança prometida. Ela foi acordada, se vestiu e viajou a noite inteira.

A maldição daquele lugar

Não existiam outras crianças ali, pelo menos nenhuma que ela pudesse ver. O único sol que via, era o pouco que entrava por uma fresta na parede, e dali também, o único pedaço de mundo que via.

Os malditos velhos, só abriam a porta para dar-lhe qualquer porcaria pra comer e... Para abusar da menina.

Algumas vezes, a levavam para salões escuros, onde iluminavam seu corpo despido isolado no centro da sala, davam choques na menina... Atiravam gelo nela... Sempre gritando palavras estranhas e rindo muito. Banhados de muita bebida.

Noite após noite, os abusos seguiam cada vez mais violentos, destrutivos, intensos e humilhantes.

A mãe de karen, tinha ensinado a filha a orar aos deuses, eles a atenderiam, eles ouviriam os pedidos de socorro, eles ajudariam e cuidariam dela pra sempre. E ela orava, todas as noites, abuso após abuso, orava desesperada, mas os deuses não vinham...

Os deuses não a ajudaram... estaria ela orando certo? Os deuses estavam ocupados de mais para atender o pedido de socorro da pobre garota?

Longe de todos que conhecia, cercada por pessoas que lhe faziam mal diariamente, sem esperança nenhuma, sem direito a infância, sem direito a nada... assim foi o crescimento de Karen.

Seduzindo um dos velhos decrépitos, a menina ia ganhando presentes. Livros, trapos limpos... mas tudo tinha um preço, e a humilhação era muito grande.

Cansada e sem a ajuda de ninguém, Karen começa a afiar um pedaço de madeira arrancado do chão por algumas noites. E naquela madrugada ela não orou pedindo ajuda, muito menos perdão pelo que ia fazer. Ela ia acabar com aquilo.

O velho entrou pela sala, com um sorriso de satisfação, já colocando a bolsa num canto e as mãos no corpo da agora jovem garota. Para a surpresa dele, sem piedade alguma e com ódio no olhar, a garota desfere vários golpes no abdome e no rosto do velho com a estaca afiada.

Vendo-se em desespero, apenas com a roupa do corpo, Karen pega as chaves e a bolsa do velho e sai ainda de madrugada, com todos ainda dormindo. Seu desejo era queimar aquele lugar, mas ela apenas fugiu, estava com muito medo.

Amanhecer

Bem longe dali, da uma olhada na bolsa e nota quatro livros e quatro varinhas com pedras na ponta. Vários pergaminhos, moedas e alguma comida. Aquilo seria suficiente para sobreviver por alguns dias.

Karen Ashpova agora se chamava Leticia, sem sobrenome e sem passado. Um fantasma que desapareceu do mapa. O que não desaparece são as lembranças e o desejo de voltar pra se vingar.

Chegando em Luya, em uma tarde comum, leticia admirava as pessoas se fartando na taverna, morrendo de fome, pois já estava sem comer a alguns dias. Dois jovens estranhos se aproximam, um garoto cheio de marra, parecendo ser bem metido e uma magrelinha do cabelo claro.

Eles a olham por um tempo, e logo se aproximam. Conversam por um tempo e logo sua fome foi aliviada pelas moedas dos estranhos jovens. Pessoas boas no mundo? Leticia ficou impressionada com a gentileza dos dois. Lucca e Coraline agora eram os únicos conhecidos, e por terem ajudado, ela os ajudaria como pudesse.

Dos quatro livros, Leticia pegou dois para ler, e com os pergaminhos e muita dedicação... foi sozinha aprendendo a usar a magia. Os feitiços eram muito complicados e ela quase desistiu. Mas nunca teve ajuda, muito menos orientação.

Atualmente

Atualmente Leticia não tem mestre, não segue um deus, não tem esperança, e a única coisa que tem a perder são seus amigos. Eles sobrevivem como crianças de rua, dormindo em qualquer canto, comendo quando é possível comer, vestindo o que ganham, ou o que conseguem comprar com as poucas moedas. Leticia perde muitas noites de sono estudando. E a fim de ganhar algumas moedas, tem aprendido um trabalho com vidro. Sem entender de onde vinham tantas moedas dos honrados guerreiros que chegam na cidade comprando de tudo e se fartando, Leticia não demorou a entender que a “caçada” se referia a ataques e pilhagens. Entrando nesse submundo da caçada, Leticia retira friamente a vida de criminosos, e os rouba. Outras criaturas que espreitam as estradas matando e roubando os outros, também são alvos dela. Escondida atrás do falso véu da justiça, seus atos podem até ser vistos como bons por muitos, afinal esta livrando o mundo da maldade, mas ao tirar as vidas, ela não estaria se tornando igual ou pior que eles? A garota esta crescendo, e se tornando forte. Um dia pretende voltar aquele lugar, e fazer todos pagarem. Sem orientação, a garota vai seguindo seu caminho, sem sonhos nem esperanças. Complexada pelo passado doloroso, não se acha boa o suficiente para ninguém, e não se vê casada em momento nenhum do seu futuro. E o que é pior, não tem nem noção do seu potencial.

Outros

Artefatos