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A Morte de Mali

De Mystical Tales

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"Quem diria que aquele padre inútil seria a pessoa que finalmente nos daria a oportunidade de assumir nossos cargos como deuses? Já faz dois dias desde que retornei do chamado "mundo dos mortos", ainda sinto os efeitos de tal viajem em meu corpo, e faz-se ainda impossível descrever as coisas que vi e passei em tais domínios. Porém hei de relatar aqui que valeu a pena cada gota de suor derramada por nós para ali alcançarmos. Nos domínios da morte encontrei uma alma que sua ambição e visão eram dignas de nota, e nossos destinos certamente seriam de nos aliarmos, seu nome é Rhyss, conhecido como Grande general dos mortos, que cobiça o cargo de Ferid, O Senhor dos Mortos. Após horas de diálogos selamos um pacto, eu daria a ele um corpo e uma alma poderosa o bastante para torna-lo uma entidade notável, em troca ele nos providenciaria uma legião de servos para Balthazar restaurando quase que por completo o poder do demônio. Levarei as boas noticias A mão branca, e finalmente o Arcontado irão revelar sua verdadeira face".

*Paginas encontradas no diario de Ikaros, semi incenerado encontrado no templo de Mali*

A preparação.

"A busca pelas armas sagradas foi árdua, gastamos boa parte de nossos recursos, porém já possuímos 3 delas. A noite está mais fria e escura, os animais parecem assustados, e como previu Balthazar as luas se aproximam anunciando o choque que está em curso. O caos! O caos sempre foi temido pelos mal dotados de franqueza intelectual, física ou espiritual, e estes são maioria em Volund, porém será o caos que nos levara ao poder, e a um mundo perfeito. Esperamos nesta taverna imunda o prenuncio de nosso senhor, os dois mil seguidores que nos restam se entulham ao redor da taverna e bebem como se fosse o último dia de suas patéticas vidas, já todos os outros foram embora por não aceitarem nossos idéias, que só agora foram revelados e eles, mas sinceramente já imaginava que isso ocorreria pois grandes mentes sempre encontram resistência pelas mentes medíocres, e estes, tanto os que ficam como os que se foram, não passam de mendigos, ladrões, bêbados, piratas e todo tipo de escoria renegada que nos foi útil como ferramentas e que eu sinceramente não sei o que Balthazar pretende com eles". "Finalmente agora irá se iniciar a verdadeira batalha, Balthazar veio até nós e levou todos com a exceção apenas dos Membros da Mão Branca, nós temos uma tarefa grandiosa a cumprir e o tempo urge. Termino aqui meus relatos desta magnífica noite, e em breve retornarei com ótimas noticias".

*Paginas encontradas no diario de Ikaros, semi incenerado encontrado no templo de Mali*'


O encontro de dois exercitos:

O eclipse já havia se formado, sobre as margens do grande oceano um poderoso exercito era formado, constituído de seres aquáticos e seguidores de Mali de todas as partes de Volund, armados e equipados com as melhores armas, porém carregando em seus rostos uma feição de tristeza, certamente a expressão de sua deusa por ter de se envolver em tal guerra. A frente das tropas como comandante estava a própria Lyria, amante de Mali. A marcha do exército mal havia se anunciado quando sobre uma colina próxima puderam ver a imponente imagem de Balthazar, teriam sentido medo, ou ao menos um receio, se não houvessem notado os dois mil ridículos guerreiros que o acompanhava, mendigos, ladrões, piratas, todos armados com armas enferrujadas e bêbados, sem nem mesmo entender porque estavam ali, desafiando um exercito muitas vezes maior e mais poderoso. Não houve tempo para conversa, junto o forte vento que cruzava o campo os soldados avançaram sobre o exército da deusa ao simples gesto de um braço do demônio, nem se quer olhando para traz, pareciam hipnotizados, correndo e gritando rumo a morte inevitável. O choque entre os exércitos foi breve, menos de meia hora foi suficiente para eliminar os dois mil atacantes. Os exércitos então vislumbra a imagem de Balthazar sobre a colina, sozinho, imóvel. O que ele pretendia com aquilo? Certamente tombaria diante de tamanha tropa sem muitos problemas. E novamente não houve tempo para discussões, os soldados de Mali desobedecendo sua comandante avançaram sobre o demônio como bárbaros, já estavam a meio campo quando finalmente portais flamejantes se abriram e deles fora expelida uma verdadeira horda de seres dos mundos inferiores, desta vez a verdadeira batalha estava em curso. O choque entre os exércitos tão logo começou, desta vez muito mais destrutivo, as lágrimas de Mali logo começaram a cortar os céus. O próprio Rhyss, general do mundo dos mortos, sairá dos portais para guiar as tropas no campo, enquanto Balthazar partia em busca de uma batalha contra a capitã do exército adversário. Mas, como matar algo que já está morto? Para cada homem tombado no campo uma nova alma entrava nos portais e saia com sua nova forma demoníaca, e tardiamente entenderam o sacrifício dos dois mil primeiros soldados, que agora voltaram com formas poderosas. A batalha ia bem, os exércitos de Balthazar já superavam em número os exércitos inimigos, que ainda não haviam conseguido retornar a suas formações dificultando a liderança e organização, porém é lógico que Rhyss logo seria notado por Ferid, o senhor dos mortos, e este bloqueou os portais abertos dando uma remota chance aos exércitos de Mali nesta batalha que ainda duraria muito tempo.

O fim de um deus:

Longe dali Ikaros, Nisroc, Ragnard, William e Ithryn atravessavam as ruas fétidas e vazias de Bel_Luna, a Mão branca estava toda reunida, levando com sigo kilos e kilos de equipamentos, entre eles as três armas sagradas que haviam obtido. O objetivo logo fora alcançado, e todos estavam parados diante das escadarias do templo de Mali, era ali onde eles mostrariam a verdadeira face do Arcontado. A travessia pela ponte e a entrada na caverna das águas fora curta, nenhuma das ridículas tentativas de nos impedir foi feita pelos adeptos de Mali, durou mais do que alguns poucos segundos, e com a atenção da deusa voltada para os campos de batalha podiam ali, diante do altar, preparar a armadilha. Alguns minutos se passaram, e era a hora de chamar a atenção da entidade, Ikaros então empunhando o sino de Átila, rogou pela deusa, que logo notou a presença dos homens, e da carga que levavam. Como Balthazar previu, lá estava ele, assumindo sua forma carnal em frente aos mortais, foi neste momento que Nisroc e Ithryn então utilizaram os selamentos passados pelo demônio para impedir que Mali conseguisse retornar a sua forma espiritual durante um curto período de tempo, e apenas este tempo que teriam para derrotá-la, logo não houve conversas ou quaisquer prolongações, os mortais iniciaram uma incrível batalha desafiando a deusa. Como era surpreendente o jeito com que Mali lutava! As magias dos arcanos Ithryn e Nisroc, que eram extremamente renomados, pareciam grosseiras e desajeitadas, tanto o fogo quanto a terra eram repelidos e contra-golpeados pelas águas de Mali com maestria inigualável. Os golpes do guerreiro Ikaros, que era conhecido por sua extrema habilidade, eram bloqueados com facilidade, mesmo este empunhando nada mais nada menos que a poderosa Pike de Átila. Porém a deusa não era acostumado com o modo sorrateiro de combate de um ladino, e surpreendentemente se aproveitando da pouca luz e da concentração que estava voltada para os três que a desafiavam frente a frente, Ragnard e Willian eram os únicos a causar pequenos danos ao ser, e assim a batalha prosseguiu por mais de uma hora. Os mortais já deviam estar saturados de litros das poções mágicas de fôlego além das poções para os ferimentos, porém a deusa continuava a lutar com a mesma disposição e maestria de antes, parecendo não se esgotar nunca. O templo já estava completamente preenchido pelo vapor do choque entre as aguas de Mali e o fogo de Nisroc, e o chão repleto de lama e fragmentos de rochas geradas pelo confronto com as magias da terra de Ithryn; Isso embora dificultasse tanto para o guerreiro e os magos quanto para a deusa em sua forma carnal, facilitava para os ladinos que tiveram suas habilidades furtivas favorecidas pelo vapor e sem perder sua mobilidade, William e Ragnard já eram peritos em combater mesmo nessas situações. Neste momento a deusa voltou sua atenção então para os que a atacavam pelas costas, e com um golpe certeiro no peito de Ragnard o jogou contra a parede do fundo do templo, deixando-o inconsciente, mas isso permitiu uma pequena brecha ao guerreiro que se aproveitou para atravessar sua Pike contra as costas da deusa; Era o momento! Nisroc e Ithryn concentraram toda a energia que lhes restavam para desferirem suas mais poderosas magias que acertaram em cheio não só a deusa como também Ikaros que não pode fazer nada além de erguer seu escudo, sendo arremessado para longe com queimaduras e ferimentos. Agora Mali estava caÍda, e antes que pudessee se reerguer Willian a atacou por trias novamente, dessa vez porém fora o golpe de misericórdia... A Crescente de Mond jazia atravessada na nuca do deus que derramava no chão do templo suas ultimas lágrimas - desta vez eram lágrimas de sangue.

No campo de batalha longe dali, poucos grupos restavam ainda lutando, e a vantagem numérica dos exércitos de Balthazar ainda podia ser vista embora mais timidamente, Rhyss se fortalecia a cada novo morto, e Balthazar travava uma intensa luta com Lyria, confronto que já havia causado grandes danos aos corpos de ambos. As lagrimas de Mali pararam de cair sobre o campo, durante um breve período de tempo, e logo em seguida uma forte chuva voltou a cair, atingindo quase toda Volund – Não era apenas uma chuva comum, era mesmo uma chuva de sangue, que ao tocar o solo matava plantas e corroía a carne. Ambos exércitos pararam, Rhyss então sorriu largamente e chamou as tropas partindo em retirada. Balthazar olhou para o céu, e com um breve aceno desapareceu da frente de Lyria, reaparecendo, quase que instantaneamente, no templo em que seus leais devotos se encontravam, onde apenas William permanecia ainda consciente, ajoelhado exausto ao lado do corpo da deusa que se contorcia ainda com vida. O demônio fitou os olhos nos dois magos inconscientes pelo excesso do uso do éter de seus corpos, algo que com certeza iria causar-lhes graves distúrbios ao se recuperarem, depois olhou os dois homens gravemente feridos e finalmente voltou seus olhos para o corpo que se remexia no chão.

- Bem, prometo ser breve - Disse ele - Se não tivesse dado tanta atenção para o campo de batalha e deixado seus homens morrerem, com certeza teria matado meus fieis seguidores. Não houve resposta da deusa.

Balthazar então usou sua magia para aprisionar a alma da deusa dentro de uma pequena pedra azul; Mas não previu que Mali havia usado suas ultimas forças para desprender parte de sua alma, o qual a levara até Lyria, que vazia chorando ajoelhada no campo de batalha pressentindo o mal que havia ocorrido, quase todo o seu poder, encantando-a para que se tornasse a nova deusa das águas. Logo a chuva de sangue termina, este era o fim de Mali.

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