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De Mystical Tales
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− | + | '''Parte 01''' | |
− | + | ''Como uma das sobreviventes da [[Guerra das Luas]] que abalou nosso lar, tive como residencia a cidade de [[Bel-Luna]], uma das que mais sofreu durante essa batalha que é um marco histórico. | |
− | + | Durante cerca de 1 ano eu e outros sobreviventes ficamos escondidos em um pequeno túnel entre o antigo esgoto da cidade de [[Bel-Luna]] e o que parecia ser um atalho para fora da cidade, tivemos a chance de ouvir e por raros momentos observar o espetáculo que acontecia acima de nós, os céus explodiram em fogo e o chão tremia. Nosso pequeno grupo teve a sorte de contar com algumas provisões e assim escondidos sobrevivemos ao caos que devastou as terras do continente. | |
− | + | Após muitos dias conseguimos chegar novamente a superfice, nosso pequeno grupo encontrou outros focos locais, homens e mulheres que lutaram pela sobrevivência escondidos nos mais diversos locais, assim eu vi ser formado um grupo de sobreviventes na cidade de [[Bel-Luna]]. | |
− | - Marin Sorrensen | + | Demoramos cinco anos para organizar a cidade e tornar [[Bel-Luna]] habitável novamente, ainda não possuímos uma liderança firme, porém a cidade se encaminha para algo bom, temos comida e alguma estrutura relacionada a moradia, mesmo que precariamente, este é o novo caminho de [[Bel-Luna]]. |
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+ | Fui designada para reconhecimento de terrenos e procura de outros povos, meu grupo parte com um pequeno punhado de guerreiros e provisões para uma expedição de cerca de 30 dias, nosso primeiro objetivo é alcançar a antiga capital de Luyaran, a cidade de Luya em torno das montanhas.'' | ||
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+ | '''Parte 02''' | ||
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+ | ''Nossa partida de [[Bel-Luna]] foi na primeira luz do amanhecer, durante o caminho reconhecemos cavernas e labirintos todos infestados por monstros, porém parecem levemente alteradas perto do modo como costumavamos conhecer estes locais. Minha busca foi mais ao sul onde cheguei a antiga ponte que foi construída no reino de Alberic em Luyaran, a ponte estava destruída e assim fixamos acampamento no local para assegurar nossa passagem. | ||
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+ | Após cerca de 20 dias de trabalho perdemos um homem apenas na nossa proteção, a ponte provisória ficou pronta para a passagem, após a passagem fizemos uma longa jornada em direção ao território da cidade de [[Luya]], onde encontramos extrema dificuldade na aproximação de Marduk, neste mesmo local encontramos novamente uma ponte destruída, a ponte necessária para chegar na cidade de [[Luya]] parece ter sido queimada. | ||
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+ | Junto a ponte está a antiga torre dos magos, local de estudos que guarda diversos segredos, esta parece ter sido inteiramente tomada por criaturas com inclusive alguma organização, não firmamos acampamento no local pois a proximidade entre Marduk e a Torre apresentava um sério risco. | ||
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+ | Dentro destas possibilidades resolvemos investigar ao norte passando a antiga fronteira para o Reino de Abissai, foi uma decisão pessoal devido ao nosso curto estoque de provisões, as florestas ao norte poderiam nos proteger e nos abastecer ao menos para que façamos um retorno seguro a [[Bel-Luna]]. | ||
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+ | '''Parte 03''' | ||
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+ | ''Perdemos a conta do tempo em nosso acampamento próximo as florestas do norte, na Floresta de [[Kanar]] conhecemos conforto e pudemos nos manter seguros durante muito mais tempo do que o esperado, a floresta parecia em paz principalmente se comparada aos cenários que vimos anteriormente. | ||
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+ | Nossa última noite na Floresta de [[Kanar]] foi extremamente agitada, barulhos perturbaram a noite e antes que tivessemos a devida organização para nos defendermos fomos cercados por um grupo de guerreiros que pareciam nos observar foi muito tempo, naquele dia conheci o Povo de [[Kanar]], que nos levou ainda como prisioneiros para uma construção que mais parecia um pequeno porto improvisado. | ||
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+ | Fomos recepcionados em uma cidade precária de madeira que possuia alguns barcos e parecia sobreviver em um pequeno pedaço de terra, a cidade se estendia em meio ao mar para um barco onde fora organizada uma taverna, lá descobrimos o primeiro povo a ser visto nesse relato, que mais tarde ficariam conhecidos como Piratas, este povo unido em torno de uma liderança estabanada parecia feliz em suas terras, e recusaram a todo o momento o nosso convite de se juntar a [[Bel-Luna]]. | ||
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+ | Lá nosso grupo foi reabastecido e reforçado de algumas pessoas, o líder parecia se interessar em descobrir novos lugares para explorar, e embora as novas roupas e equipamentos tenham sido uma benção para todo meu grupo, a quantidade de riqueza que deixamos naquele local teria levado nosso grupo a falência em outros tempos. | ||
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+ | Nossa pequena trilha nos levou ao norte de [[Bel-Luna]], onde subimos por diversos dias até encontrar um homem solitário e armado que vagava as terras perdido, seu nome era Lucas, e ele se juntou ao nosso grupo mesmo desconfiado, não possuía informação alguma sobre cidades ou sobreviventes, e junto conosco decidiu continuar sua expedição.'' | ||
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+ | '''Parte 4''' | ||
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+ | ''Após muito tempo sem encontrar nenhum sinal de vida próximo chegamos ao extremo norte, próximo ao deserto de fogo e o antigo Reino de Nieheim, passamos por verdadeiros apuros e perdemos mais da metade do nosso grupo em uma floresta amaldiçoada. | ||
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+ | Depois em nosso novo acampamento Lucas observou uma fogueira vindo ao norte, lá chegamos a um pequeno e estranho vilarejo, onde novamente encontramos um povo indisposto a se juntar a nós. | ||
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+ | Aqui descobrimos provavelmente o povo mais distinto de todos, esses homens se diziam Ruvianos, eram adoradores fanáticos dos deuses que fugiram para o norte em meio a guerra em busca de uma salvação que era pregada por um líder religioso. | ||
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+ | Sua cidade foi uma visão do caos, pessoas por todos os lados gritavam, falavam, rezavam e faziam negócios, tudo parecia relacionado aos deuses e cada ato dos homens era ligado a religião. A cidade de [[Ruvian]] tinha regras para tudo e punições para mais coisas ainda, perdi as contas de quantos homens vi serem açoitados pelos líderes religiosos, sempre por motivos estranhos. | ||
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+ | Logo como não estavamos dispostos a seguir a ordem religiosa deles fomos retirados da cidade, eles não eram particularmente interessados em nenhum acordo e menos ainda na procura dos povos, segundo seus líderes nós fomos os principais responsáveis pelos acontecimentos que aconteceram antigamente. | ||
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+ | Nossa expedição firmou rumo para o deserto de fogo, onde homens da região que formavam nosso grupo apontaram uma montanha viva em meio ao deserto, e naquele local achamos um novo povo.'' | ||
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+ | '''Parte 5''' | ||
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+ | ''Diante do calor do deserto nosso grupo foi extremamente prejudicado, caminhamos por longos dias em meio ao nada e perdemos alguns homens para aquelas areias, Lucas parecia ter alguma familiaridade com o deserto e nas noites frias nos contava sobre um local distante chamado [[Kalesh]], onde aparentemente ele viveu, suas histórias animavam as esperanças dos homens, mas meu conhecimento sempre sugeriu que tais terras eram apenas invenções dele. | ||
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+ | Fomos (novamente) capturados por um grupo de soldados, homens do deserto fortemente armados, nem por um segundo aceitaram conversar sobre nosso grupo e nossa expedição, e logo fomos encaminhados para as prisões do Forte de [[Moravia]], uma cidade sobre a montanha em meio ao deserto. | ||
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+ | Ali fomos mantidos prisioneiros por mais de um ano até que eles tivessem paciência de nos ouvir, as marteladas que eram dadas nas montanhas tomavam conta dos nossos sonhos dia e noite, aquela cidade parecia ser feita de puro ferro. | ||
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+ | A [[Moravia]] foi fundada a partir de um antigo forte do Reino de [[Belsand]], hoje sem comunicação com seu antigo reino, os ferreiros e trabalhadores fundaram uma cidade perfeita sobre a montanha, guerreiros e bárbaros lideravam aquele local. | ||
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+ | Fomos liberados ainda sem muito conhecimento do reino, porém eles finalmente entenderam nossa missão e ajudaram um pouco contando fatos sobre os ultimos anos, que envolvia o crescimento da cidade deles e a constante batalha contra o ainda vivo Reino de Belsand, o antigo reino da família LaVeque não possuía mais lideres ou organização. | ||
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+ | Após constatarem que não éramos espiões inimigos fomos soltos e direcionados para o Reino de [[Belsand]], onde finalmente nosso misterioso acompanhante revelou sua verdadeira identidade.'' | ||
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+ | '''Parte 6''' | ||
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+ | ''Nossa chegada a cidade de [[Belsand]] fora provavelmente a experiência mais estranha de toda a minha vida, chegamos em um local destruído onde pessoas viviam ainda nas ruínas, não possuiam um líder sequer e eram surrados diariamente pelos perigos naturais a sua volta, o que incluia os Moravianos. | ||
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+ | [[Belsand]] era o antigo reino da família LaVeque, seu povo já foi orgulhoso e próspero, mas aquele dia ainda não passavam de mendigos vivendo no esquecimento, a massa se juntou para ver nossa chegada, e antes que eu pudesse começar meu habitual discursso fui atrapalhada, Lucas tomou minha frente e abriu os braços ao povo, dizendo em alto e bom som: "Meu povo, eu voltei!" | ||
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+ | Aquela foi provavelmente o momento mais sem sentido de toda a nossa viagem, Lucas contou para aquele povo sobre sua vida e as coisas que passou, afirmou que era da linhagem real da família LaVeque, filho da princesa Amanda. | ||
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+ | Naquele dia aconteceu em frente aos meus olhos o renascimento do mais antigo reino de nosso continente, o povo não duvidou por um segundo de toda aquela história absurda, aclamaram ele rei e herói, e ele abraçou o povo prometendo a volta dos tempos de ouro. | ||
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+ | Durante 4 anos acompanhamos a reconstrução do Reino de [[Belsand]] e suas inúmeras guerras diante a Moravia, naquele tempo também me casei com Lucas LaVeque e fiz a minha parte nessa reconstrução. | ||
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+ | Porém um dia foi feita a paz com a [[Moravia]], uma paz duvidosa e estranha, mas lembrei-me de minha missão, anunciei uma reunião em Bel-Luna e enviamos emissários para todos os reinos conhecidos para que os líderes se juntassem na cidade de [[Bel-Luna]]. | ||
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+ | Agora a cavalo, iniciei meu retorno para o meu lar, levando um marido, uma filha e um filho, diversos reinos dispostos a se conhecer e todos os detalhes que aprendi sobre a nova característica que nosso continente adquiriu, assim foi minha jornada de retorno a [[Bel-Luna]].'' | ||
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+ | '''Parte 7''' | ||
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+ | ''Chegamos a uma [[Bel-Luna]] desconhecida aos meus olhos, reconstruída e organizada, diversos líderes estavam naquele local e chegaram antes de nós, a cidade foi pega de surpresa para uma reunião desconhecida pelos líderes. | ||
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+ | Porém as histórias são contadas como se os deuses tivessem direcionado todos para aquele local, falam sobre um banquete e sobre a cordialidade dos líderes no que foi chamada de "Assembléia dos Povos". | ||
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+ | A cidade de [[Bel-Luna]] não fazia mais parte de Luyaran, agora se auto proclamava a "Cidade-Estado" de [[Bel-Luna]], uma cidade livre para todos os povos desde que respeitassem as diversas regras existentes, conheci naqueles dias também os líderes drows e orcs que passaram a conviver com [[Bel-Luna]] em paz, a cidade possuia uma regra muito clara, ninguem poderia roubar ou agredir outra pessoa nos muros de [[Bel-Luna]], a autoridade cuidaria de tudo que fosse possível. | ||
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+ | Após alguns dias chegou o líder de [[Kanar]], acompanhado de uma mulher alta que tinha já uma certa idade, naquele dia chorei ao tomar conhecimento da noticia, [[Kanar]] trouxera Valkiria, hoje líder do reino de Luyaran, a cidade de [[Luya]] havia sobrevivido a todos os pesares, e aquela mulher que ja fora heroí nos muros de [[Bel-Luna]] adentrou humilde a reunião dos líderes. | ||
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+ | A Assembléia dos Povos terminou com diversos acordos que nunca foram cumpridos e dificilmente foram lembrados, o pacto de não agressão nunca foi devidamente respeitado e os acordos comerciais muitas vezes foram quebrados das formas mais suspeitas. | ||
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+ | Ao final, a Rainha Valquiria abraçou meu marido falando sobre como conhecia os pais dele e sobre a amizade desses, Lucas reconheceu as histórias e naquele dia anunciou o casamento de nossa filha mais nova com o filho de Valquiria e futuro rei de Luyaran, segundo as histórias Lucas gentilmente devolveu a Luyaran parte do sangue real que o reino possuía. | ||
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+ | Vivi diversas aventuras não descritas nesse relatório durante todos estes anos, conheci florestas amaldiçoadas e cavernas incríveis, pude ver fortes gigantes dominados por inimigos e monstros, cheguei próximo ao que dizem ser o lar do maior inimigo de todos os tempos, vislumbrei a lenda dos monstros que movem as areias do deserto e arrisquei meu pescoço em montanhas amaldiçoadas e locais que possuem a mais profunda escuridão. | ||
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+ | Mas essa é a história dos povos de [[Volund]] e não a minha vida, não tenho esperança que a minha aventura seja lembrada e comemorada pelos homens, mas torço para que todo o meu esforço tenha sido um avanço para o continente de Volund. | ||
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+ | Este é o último capítulo de um relatório que comecei a escrever como exploradora de uma cidade ainda não organizada, não espero mais os pagamentos e recompensas que me foram prometidos, mas tiro um peso do meu peito ao terminar essa relatório magico e sofrido, após minha missão cumprida.'' | ||
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+ | '' 'Nasci para satisfazer a grande necessidade que eu tinha de mim mesma' '' | ||
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+ | ''Marin Sorrensen LaVeque'' |
Edição atual tal como às 12h12min de 13 de junho de 2011
[editar] Volund - Um continente que ressurgiu das cinzas
Parte 01
Como uma das sobreviventes da Guerra das Luas que abalou nosso lar, tive como residencia a cidade de Bel-Luna, uma das que mais sofreu durante essa batalha que é um marco histórico.
Durante cerca de 1 ano eu e outros sobreviventes ficamos escondidos em um pequeno túnel entre o antigo esgoto da cidade de Bel-Luna e o que parecia ser um atalho para fora da cidade, tivemos a chance de ouvir e por raros momentos observar o espetáculo que acontecia acima de nós, os céus explodiram em fogo e o chão tremia. Nosso pequeno grupo teve a sorte de contar com algumas provisões e assim escondidos sobrevivemos ao caos que devastou as terras do continente.
Após muitos dias conseguimos chegar novamente a superfice, nosso pequeno grupo encontrou outros focos locais, homens e mulheres que lutaram pela sobrevivência escondidos nos mais diversos locais, assim eu vi ser formado um grupo de sobreviventes na cidade de Bel-Luna.
Demoramos cinco anos para organizar a cidade e tornar Bel-Luna habitável novamente, ainda não possuímos uma liderança firme, porém a cidade se encaminha para algo bom, temos comida e alguma estrutura relacionada a moradia, mesmo que precariamente, este é o novo caminho de Bel-Luna.
Fui designada para reconhecimento de terrenos e procura de outros povos, meu grupo parte com um pequeno punhado de guerreiros e provisões para uma expedição de cerca de 30 dias, nosso primeiro objetivo é alcançar a antiga capital de Luyaran, a cidade de Luya em torno das montanhas.
Parte 02
Nossa partida de Bel-Luna foi na primeira luz do amanhecer, durante o caminho reconhecemos cavernas e labirintos todos infestados por monstros, porém parecem levemente alteradas perto do modo como costumavamos conhecer estes locais. Minha busca foi mais ao sul onde cheguei a antiga ponte que foi construída no reino de Alberic em Luyaran, a ponte estava destruída e assim fixamos acampamento no local para assegurar nossa passagem.
Após cerca de 20 dias de trabalho perdemos um homem apenas na nossa proteção, a ponte provisória ficou pronta para a passagem, após a passagem fizemos uma longa jornada em direção ao território da cidade de Luya, onde encontramos extrema dificuldade na aproximação de Marduk, neste mesmo local encontramos novamente uma ponte destruída, a ponte necessária para chegar na cidade de Luya parece ter sido queimada.
Junto a ponte está a antiga torre dos magos, local de estudos que guarda diversos segredos, esta parece ter sido inteiramente tomada por criaturas com inclusive alguma organização, não firmamos acampamento no local pois a proximidade entre Marduk e a Torre apresentava um sério risco.
Dentro destas possibilidades resolvemos investigar ao norte passando a antiga fronteira para o Reino de Abissai, foi uma decisão pessoal devido ao nosso curto estoque de provisões, as florestas ao norte poderiam nos proteger e nos abastecer ao menos para que façamos um retorno seguro a Bel-Luna.
Parte 03
Perdemos a conta do tempo em nosso acampamento próximo as florestas do norte, na Floresta de Kanar conhecemos conforto e pudemos nos manter seguros durante muito mais tempo do que o esperado, a floresta parecia em paz principalmente se comparada aos cenários que vimos anteriormente.
Nossa última noite na Floresta de Kanar foi extremamente agitada, barulhos perturbaram a noite e antes que tivessemos a devida organização para nos defendermos fomos cercados por um grupo de guerreiros que pareciam nos observar foi muito tempo, naquele dia conheci o Povo de Kanar, que nos levou ainda como prisioneiros para uma construção que mais parecia um pequeno porto improvisado.
Fomos recepcionados em uma cidade precária de madeira que possuia alguns barcos e parecia sobreviver em um pequeno pedaço de terra, a cidade se estendia em meio ao mar para um barco onde fora organizada uma taverna, lá descobrimos o primeiro povo a ser visto nesse relato, que mais tarde ficariam conhecidos como Piratas, este povo unido em torno de uma liderança estabanada parecia feliz em suas terras, e recusaram a todo o momento o nosso convite de se juntar a Bel-Luna.
Lá nosso grupo foi reabastecido e reforçado de algumas pessoas, o líder parecia se interessar em descobrir novos lugares para explorar, e embora as novas roupas e equipamentos tenham sido uma benção para todo meu grupo, a quantidade de riqueza que deixamos naquele local teria levado nosso grupo a falência em outros tempos.
Nossa pequena trilha nos levou ao norte de Bel-Luna, onde subimos por diversos dias até encontrar um homem solitário e armado que vagava as terras perdido, seu nome era Lucas, e ele se juntou ao nosso grupo mesmo desconfiado, não possuía informação alguma sobre cidades ou sobreviventes, e junto conosco decidiu continuar sua expedição.
Parte 4
Após muito tempo sem encontrar nenhum sinal de vida próximo chegamos ao extremo norte, próximo ao deserto de fogo e o antigo Reino de Nieheim, passamos por verdadeiros apuros e perdemos mais da metade do nosso grupo em uma floresta amaldiçoada.
Depois em nosso novo acampamento Lucas observou uma fogueira vindo ao norte, lá chegamos a um pequeno e estranho vilarejo, onde novamente encontramos um povo indisposto a se juntar a nós.
Aqui descobrimos provavelmente o povo mais distinto de todos, esses homens se diziam Ruvianos, eram adoradores fanáticos dos deuses que fugiram para o norte em meio a guerra em busca de uma salvação que era pregada por um líder religioso.
Sua cidade foi uma visão do caos, pessoas por todos os lados gritavam, falavam, rezavam e faziam negócios, tudo parecia relacionado aos deuses e cada ato dos homens era ligado a religião. A cidade de Ruvian tinha regras para tudo e punições para mais coisas ainda, perdi as contas de quantos homens vi serem açoitados pelos líderes religiosos, sempre por motivos estranhos.
Logo como não estavamos dispostos a seguir a ordem religiosa deles fomos retirados da cidade, eles não eram particularmente interessados em nenhum acordo e menos ainda na procura dos povos, segundo seus líderes nós fomos os principais responsáveis pelos acontecimentos que aconteceram antigamente.
Nossa expedição firmou rumo para o deserto de fogo, onde homens da região que formavam nosso grupo apontaram uma montanha viva em meio ao deserto, e naquele local achamos um novo povo.
Parte 5
Diante do calor do deserto nosso grupo foi extremamente prejudicado, caminhamos por longos dias em meio ao nada e perdemos alguns homens para aquelas areias, Lucas parecia ter alguma familiaridade com o deserto e nas noites frias nos contava sobre um local distante chamado Kalesh, onde aparentemente ele viveu, suas histórias animavam as esperanças dos homens, mas meu conhecimento sempre sugeriu que tais terras eram apenas invenções dele.
Fomos (novamente) capturados por um grupo de soldados, homens do deserto fortemente armados, nem por um segundo aceitaram conversar sobre nosso grupo e nossa expedição, e logo fomos encaminhados para as prisões do Forte de Moravia, uma cidade sobre a montanha em meio ao deserto.
Ali fomos mantidos prisioneiros por mais de um ano até que eles tivessem paciência de nos ouvir, as marteladas que eram dadas nas montanhas tomavam conta dos nossos sonhos dia e noite, aquela cidade parecia ser feita de puro ferro.
A Moravia foi fundada a partir de um antigo forte do Reino de Belsand, hoje sem comunicação com seu antigo reino, os ferreiros e trabalhadores fundaram uma cidade perfeita sobre a montanha, guerreiros e bárbaros lideravam aquele local.
Fomos liberados ainda sem muito conhecimento do reino, porém eles finalmente entenderam nossa missão e ajudaram um pouco contando fatos sobre os ultimos anos, que envolvia o crescimento da cidade deles e a constante batalha contra o ainda vivo Reino de Belsand, o antigo reino da família LaVeque não possuía mais lideres ou organização.
Após constatarem que não éramos espiões inimigos fomos soltos e direcionados para o Reino de Belsand, onde finalmente nosso misterioso acompanhante revelou sua verdadeira identidade.
Parte 6
Nossa chegada a cidade de Belsand fora provavelmente a experiência mais estranha de toda a minha vida, chegamos em um local destruído onde pessoas viviam ainda nas ruínas, não possuiam um líder sequer e eram surrados diariamente pelos perigos naturais a sua volta, o que incluia os Moravianos.
Belsand era o antigo reino da família LaVeque, seu povo já foi orgulhoso e próspero, mas aquele dia ainda não passavam de mendigos vivendo no esquecimento, a massa se juntou para ver nossa chegada, e antes que eu pudesse começar meu habitual discursso fui atrapalhada, Lucas tomou minha frente e abriu os braços ao povo, dizendo em alto e bom som: "Meu povo, eu voltei!"
Aquela foi provavelmente o momento mais sem sentido de toda a nossa viagem, Lucas contou para aquele povo sobre sua vida e as coisas que passou, afirmou que era da linhagem real da família LaVeque, filho da princesa Amanda.
Naquele dia aconteceu em frente aos meus olhos o renascimento do mais antigo reino de nosso continente, o povo não duvidou por um segundo de toda aquela história absurda, aclamaram ele rei e herói, e ele abraçou o povo prometendo a volta dos tempos de ouro.
Durante 4 anos acompanhamos a reconstrução do Reino de Belsand e suas inúmeras guerras diante a Moravia, naquele tempo também me casei com Lucas LaVeque e fiz a minha parte nessa reconstrução.
Porém um dia foi feita a paz com a Moravia, uma paz duvidosa e estranha, mas lembrei-me de minha missão, anunciei uma reunião em Bel-Luna e enviamos emissários para todos os reinos conhecidos para que os líderes se juntassem na cidade de Bel-Luna.
Agora a cavalo, iniciei meu retorno para o meu lar, levando um marido, uma filha e um filho, diversos reinos dispostos a se conhecer e todos os detalhes que aprendi sobre a nova característica que nosso continente adquiriu, assim foi minha jornada de retorno a Bel-Luna.
Parte 7
Chegamos a uma Bel-Luna desconhecida aos meus olhos, reconstruída e organizada, diversos líderes estavam naquele local e chegaram antes de nós, a cidade foi pega de surpresa para uma reunião desconhecida pelos líderes.
Porém as histórias são contadas como se os deuses tivessem direcionado todos para aquele local, falam sobre um banquete e sobre a cordialidade dos líderes no que foi chamada de "Assembléia dos Povos".
A cidade de Bel-Luna não fazia mais parte de Luyaran, agora se auto proclamava a "Cidade-Estado" de Bel-Luna, uma cidade livre para todos os povos desde que respeitassem as diversas regras existentes, conheci naqueles dias também os líderes drows e orcs que passaram a conviver com Bel-Luna em paz, a cidade possuia uma regra muito clara, ninguem poderia roubar ou agredir outra pessoa nos muros de Bel-Luna, a autoridade cuidaria de tudo que fosse possível.
Após alguns dias chegou o líder de Kanar, acompanhado de uma mulher alta que tinha já uma certa idade, naquele dia chorei ao tomar conhecimento da noticia, Kanar trouxera Valkiria, hoje líder do reino de Luyaran, a cidade de Luya havia sobrevivido a todos os pesares, e aquela mulher que ja fora heroí nos muros de Bel-Luna adentrou humilde a reunião dos líderes.
A Assembléia dos Povos terminou com diversos acordos que nunca foram cumpridos e dificilmente foram lembrados, o pacto de não agressão nunca foi devidamente respeitado e os acordos comerciais muitas vezes foram quebrados das formas mais suspeitas.
Ao final, a Rainha Valquiria abraçou meu marido falando sobre como conhecia os pais dele e sobre a amizade desses, Lucas reconheceu as histórias e naquele dia anunciou o casamento de nossa filha mais nova com o filho de Valquiria e futuro rei de Luyaran, segundo as histórias Lucas gentilmente devolveu a Luyaran parte do sangue real que o reino possuía.
Vivi diversas aventuras não descritas nesse relatório durante todos estes anos, conheci florestas amaldiçoadas e cavernas incríveis, pude ver fortes gigantes dominados por inimigos e monstros, cheguei próximo ao que dizem ser o lar do maior inimigo de todos os tempos, vislumbrei a lenda dos monstros que movem as areias do deserto e arrisquei meu pescoço em montanhas amaldiçoadas e locais que possuem a mais profunda escuridão.
Mas essa é a história dos povos de Volund e não a minha vida, não tenho esperança que a minha aventura seja lembrada e comemorada pelos homens, mas torço para que todo o meu esforço tenha sido um avanço para o continente de Volund.
Este é o último capítulo de um relatório que comecei a escrever como exploradora de uma cidade ainda não organizada, não espero mais os pagamentos e recompensas que me foram prometidos, mas tiro um peso do meu peito ao terminar essa relatório magico e sofrido, após minha missão cumprida.
'Nasci para satisfazer a grande necessidade que eu tinha de mim mesma'
Marin Sorrensen LaVeque