Mudanças entre as edições de "Winstan"
De Mystical Tales
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Edição das 18h42min de 29 de outubro de 2009
Winstan
Aqui, escrevo uma história do qual ouvi há algum tempo atrás.
(Obs: Esse conto não tem nenhum intuito de participar do concurso de melhor Contos e Lendas, pois este só foi posto para a diversão dos leitores.
Agradeço, Sangji)
Capt.1 No qual conhecemos a Vila da Parede e as coisas estranhas que lá acontecem a cada nove anos
Era uma vez um jovem que queria conquistar o Desejo de seu Coração.
Mas, como acontece em todo começo, e isso não é inteiramente novo(toda história sobre todo jovem que já foi ou será contada poderia começar da mesma forma), há muitas coisas estranhas sobre esse jovem e sobre o que se passou com ele, apesar de nem ele mesmo conhecer todos os fatos.
A história começou, como muitas outras, na Parede.
A Vila da Parede localiza-se no planalto de granito no meio de um bosque, o mesmo lugar onde esteve nos últimos seicentos anos. As casas do vilarejo são quadradas e antigas, construídas com pedras cinzentas, tetos escuros e altas chaminés; aproveitando cada centímetro do espaço na pedra, as casas se espremem umas contra as outras; aqui e ali, um arbusto ou árvore crece ao lado de uma construção.
Há uma estrada que leva à Vila da Parede, um caminho sinuoso pavimentado com pedras e cascalhos, que entra bosque adentro. Muito depois da floresta, o caminho se transforma em uma verdadeira estrada cheia de animais e bichos, que correm de uma floresta à outra.
Os habitantes da Vila da Parede são taciurnos, de dois tipos distintos: o nativo dali é tão cinzento, alto e atacarracado quanto o granito sobre o qual a cidade foi construída. Os outros são aqueles que adotaram a Vila da Parede como lar há vários anos, além de seus decendentes.
No lado oeste da Vila da Parede fica o bosque; ao sul há um lago de aparência plácida que engana, servido pelos riachos que descem da colina por trás do vilarejo, ao norte. Há campos acima das colinas, nos quais pastam as ovelhas. Ao leste, há mais bosques.
Logo a leste da Vila da Parede existe uma parede grande, alta e cinzenta, do qual o vilarejo tira seu nome. Essa parede é antiga, construída por blocos quadrados e toscos de granito; ele surge de dentro do bosque e, no final, volta para o mesmo lugar.
Só existe uma passagem na parede: uma abertura de quase dois metros de largura, ao lado da vila. Atráves dessa passagem, é possível avistar um prado bem verde; além do prado, um riacho e, além deste, árvores. De vez em quando, formas e figuras são vistas, entre as árvores, a distância. Formas grandes e estranhas, além de coisinhas tênues que piscam, brilham e depois somem.
Até hoje, dois moradores ficam de vigia na passagem, um de cada lado, revezando-se em turnos de oito horas. Carregam pesados porretes de madeira e cuidam da abertura do lado do vilarejo.
Sua principal função é evitar que as crianças passem pela abertura em direção ao prado e além dele. Ocasionalmente, precisam desencorajar um andarilho solitário ou um dos poucos dos visitantes da cidade a cruzar a passagem.
As crianças, é só ameaçar com o porrete. Já em relação aos andarilhos e visitantes, precisma ser mais criativos; só recorrem à força física em último caso, quando as histórias da grama récem-plantada ou de um perigoso touro solto não são suficientes.
É raro, mas às vezes chega à Vila da Parede alguém que sabe o que procura; essas pessoas ocasionalmente recebem permissão de passar. Elas carregam um brilho no olhar que, uma vez detectado, é inequívoco.
A guarda relaxa uma vez a cada nove anos, no dia Primeiro de Maio, quando acontece uma feira no prado.
Os eventos que seguem aconteceram há muitos anos.
Muita gente chegou aquelas bandas naquela primavera. As pessoas vinham sozinhas ou em duplas, desembarcadas em alguma doca: homens e mulheres com a pele branca como papel, de pele escura como rochas vulcânicas, de pele cor de canela, falando uma grande variedade de línguas. Vinham durante o mês de abril e viajavam de caravanas, cavalos ou carroças. Muitos chegavam caminhando.
Na época, Unstand Tharn tinha dezoito anos e não era nem um pouco romântico.
Tinha cabelos e olhos castanho-claros. Era um tanto alto e falava pouco. Tinha um sorriso fácil, que iluminava seu rosto. E ele sonhava. Enquanto trabalhava na terra de seu pai, sonhava em deixar a Vila da Parede, com todo seu charme imprevisível, para ir à outros lugares onde nada dependesse da direção do vento. Ele trabalhava na fazenda do pai e não possuía nada, só uma pequena cabana bem afastada, presenteada pela família.
Visitantes chegariam até a Vila da Parede naquele mês de abril, e Unstand não gostava muito daquela idéia. A hospedaria do senhor Vromios, A sétima Ave, que normalmente era um labirinto de quartos vazios, estava cheio havia uma semana, e os forasteiros já tinham começado a alugar quartos nas fazendas e casas do vilarejo, pagando pelo alojamento com moedas estranhas, ervas e especiarias e até pedras preciosas.
Com a aproximação da feiram a atmosfera de expectativa crescia. As pessoas acordavam mais cedo, contando os dias e os minutos. Os guardas no portão, ao lado da parede, viviam impacientes e nervosos. Figuras e sombras moviam-se por entre as árvores no limite do prado.
N'a Sétima Ave, Bridget Cofrey, considerada a serviçal mais linda que já existiu, provocava conflitos entre Tommy Foster, com quem fora vista no ano anterior, e um homem enorme de olhos escuros, que carregava um macaco pequeno e barulhento. O homem quase não falava inglês, mas sorria de forma expressiva sempre que Bridget passava.
No balcão do bar, os moradores acomodavam-se muito perto dos visitantes e conversavam:
- É só a cada nove anos.
- Dizem que antigamente era todo ano, no verão.
- Pergunte ao Senhor Vromios. Ele sabe.
O senhor Vromios era alto e tinha a pele cor de oliva; seu cabelo escuro era encaracolado, bem curto; tinha olhos verdes. Quando as meninas da vila viravam mulheres, logo se interessavam por ele, que nunca correspondia.
Diziam que ele chegara à vila havia um tempo, como visitante. Mas acabou ficando por lá; e seu vinho era bom, corcordavam os locais.
Uma discussão explodiu no salão entre Tommy Foster e o homem de olhos escuros, cujo nome parecia ser Alum Bey.
- Alguém os separe! Em nome do céu! Parem com isso! - Gritava Bridget. - Eles vão lutar por minha causa! - Ela sacudia a cabeça em um gesto lindo: a luz das lanternas à óleo ressaltava seus cachos dourados perfeitos.
Ninguém fez menção de separar os homens, apesar de varias pessaos, tanto moradores quando récem-chegados, terem saído para assistir
Tommy Foster tirou a camisa e levantou os punhos. O estranho riu, cuspiu no chão e agarrou a mão direita de tommy, jogando-o no chão, o queixo na poeira. Tommy ficou de pé e correu em direção ao estranho. Golpeou o rosto do homem, mas logo foi parar de novo com a cara na sujeira, o rosto arranhado pelo pó, sem folêgo. Alum Bey riu e disse algo em outra língua.
Tão rápido e tão fácil, a luta tinha acabado.
Alum Bey subiu em cima de Tommy Foster e se exibiu para Bridget Cofrey, fazendo uma mesura e sorrindo com dentes brilhantes.
Bridget o ignorou e correu até Tommy:
- Por quê? O que ele fez para você, meu amor? - perguntava enquanto limpava a sujeira do rosto dele com o avental e dizia palavras carinhosas.
Alum Bey oltou com os espectadores para o salão da hospedaria e fez a cortesia de oferecer uma garrafa de bebida do senhor Vromios para Tommy Foster, quando este retornou. Nenhum dos dois sabia dizer muito bem quem tinha vencido, quem tinha perdido.
Unstand Tharn não estava n' A Sétima Ave naquela tarde; era um sujeito prático que passara os seis meses anteriores cortejando Daise Hampstock, uma jovem também muito prática. Durante as tardes, passeavam pela ila e discutiam a teoria da rotação do cultivo, o clima e outros assuntos práticos; e, nessas caminhadas, nas quais eram invariavelmente acompanhados pela mãe e pela irmã mais nova de Daise, a uns bons seis passos atrás deles, costumavam, de vez em quando, trocar olhares apaixonados.