O Segredo das Tempestades
De Mystical Tales
Jamil bate à areia da roupa e entra na taverna.
- Malditas tempestades de areia. Duas num só dia. É demais pra qualquer um. Ainda bem que temos alguns valentes aqui em Kalesh.
O porteiro acena para o taverneiro do Dragões Strutz, logo ele lhe trás um caneco de vinho, como de costume. Jamil olha em volta, parece procurar por alguém, mas há poucas pessoas na taverna e ele se senta no balcão.
- Uma jovem morreu nas mãos daqueles demônios, Katharine, ou algo assim. Não me lembro bem do nome dela, estava trabalhando com Arwen.
Após um longo e revigorante gole, o porteiro continua seu relato.
- Os guerreiros da cidade tiveram um longo dia, assim que a primeira tempestade despontou no horizonte em me abriguei, mas pude ver alguns acontecimentos. Os mesmo rostos de sempre, alguns novos, mas o mias antigos estavam lá. Erestor era um deles, a jovem senhorita Idril.
Jamil olhou para a entrada da taverna por alguns instantes, parecia esperançoso que alguém aparecesse, exatamente, naquele instante, mas ninguém apareceu.
- Bom, após uma longa batalha, senhorita Idril saiu da cidade e foi rumo ao Oeste, não sei exatamente o porquê, mas logo outros a seguiram. Erestor, Illya, Alothios, um rapaz que estava montado num daqueles lagartos do deserto, ah sim... – Jamil da mais um gole em seu vinho. – Alex, se não me engano.
A porta da taverna se abiu e Jamil se voltou para ver que estava entrando, mas suas feições foram de felicidade para decepção em poucos segundos. Lindomar pendurou seu chapéu e sentou-se ao lado do porteiro de Kalesh.
- Saudações Jamil. – Disse o Banqueiro. Que acenou para o taverneiro, pedindo vinho. – Dia conturbado hein. Malditas tempestades.
- Eu estava falando justamente sobre ela. – Respondeu Jamil.
- A Segunda deve ter sido assustadora, tudo aconteceu bem perto dos portões da cidade.
- Bom, havia muitos homens lá, para expulsar as criaturas. – O porteiro deu outro longo gole e pediu mais vinho. – Sorte que eles voltaram antes da segunda tempestade, ou teríamos muitos problemas.
- Ainda mais? – Lindomar suspira. – Não basta essas tempestades ainda temos esses ladrões a solta.
- Sim.
- O que aconteceu quando eles voltaram? – Perguntou o banqueiro.
- Instantes depois, aquele mundaréu de areia atingiu a cidade de novo, com aqueles demônios, gigantes, coiotes, uma verdadeira balburdia. Fiquei no meu canto, bem quieto... – Da um gole no vinho. – Eu não me envergonho disso, alguns não nasceram para lutar.
- Eu concordo contigo. – Lindomar, deu um leve tapinha nas costas de Jamil e bebeu um gole de seu vinho.
- Por um instante achei que iam ser derrotados, mas no final das contas conseguiram expulsar os demônios, de novo. – Jamil sorriu e deixou o caneco sobre o balcão.
- Sabe o que eles foram fazer fora da cidade?
- Não faço idéia. Foram pro Oeste, e ouvi algo sobre Ofidianos, quando eles voltaram. Talvez aquelas serpentes sejam responsáveis, mas não há como saber, a não ser que um dele conte a história.
- Sim. Bom, hora de voltar pro banco. Sem mim essa cidade não anda. – Lindomar deu uma longa gargalhada. Jamil apenas esboçou um sorriso. Assim que Lindomar deixou a taverna, o porteiro se virou para pedir outro caneco de vinho, mas foi interrompido por uma voz feminina.
- Olá Jamil...
Arwen esta linda, sua expressão triste pela perda de uma amiga, mas ainda assim linda.
- O-olá Arwen. – Jamil sorriu para a moça e a chamou para se sentar ao seu lado.