O Julgamento Final
De Mystical Tales
**Lenda**
Essa é uma lenda antiga, e, além disso, a sua natureza não permite nem que seja confirmada ou contestada. O Único vestígio físico da sua veracidade são alguns obeliscos, que foram achados contendo a seguinte inscrição:
"Do caos veio, a ordem criou, e para o caos não deverá retornar. Com ferro e fogo, o Julgamento Final será feito e os injustos serão punidos."
Por várias gerações esse texto, escrito na primeira língua dos homens, foi interpretado por todo tipo de sábio. A Única conexão com qualquer registro feito foi achado num livro muito antigo, cuja data é incerta, o autor desconhecido e ele só havia sobrevivido por muito tempo devido a uma forte energia mágica emanada.
O Tomo da Outra Era, como está escrito na capa, conta a história de uma enorme civilização que uma vez foi estabelecida em Hellfar. Em resumo, o império de Rarandal foi criado quando um ambicioso príncipe tomou o poder, Sudhjorr, e então iniciou uma cruzada a fim de conquistar todos os outros povos que cruzassem seu caminho. Sua sede de poder o consumiu completamente, assim como sua prole, e um gigantesco império foi criado. Levando o sentido de ordem ao limite, aqueles que colaboravam e mantinham a paz eram protegidos, enquanto todos os fora-da-lei, insurgentes, rebeldes, eram totalmente massacrados. Uma quase utopia permaneceu por vários anos.
Porém a calmaria gerou estagnação, e mesmo com a perfeita ordem e paz a população começou a ficar descontente. Logo se voltou para os vícios, a corrupção, a própria casa real entrou em decadência, insurgentes surgiram em todo lugar, várias cidades procuraram independência. Assim, a ordem que havia demorado várias gerações para se estabelecida fora destroçada, e o caos surgiu de uma forma abrupta como o fogo destruindo tudo em seu caminho.
O caos e a corrupção, de certa forma, agradaram os homens. A grande maioria da população compactuava com a decadência moral do seu próprio povo, e uma pequena parcela tentou lutar para impedir o fim de tudo. O líder era um paladino chamado FrekisÚt, que lutou com todas as suas forças para impedir que o povo se afogasse em seus vícios. Porém nisso ele foi tachado como um homem mal, inimigo da felicidade e adepto da violência. Isso resultou no seu julgamento, que após uma seção sensacionalista e irracional o condenou à morte por enforcamento. Mandado para as catacumbas para esperar sua morte, FrekisÚt foi consumido pelo desejo de justiça verdadeiro. O que mais o abalou foi o fato de ter sido julgado, e injustamente condenado se na verdade ele estava tentando salvar o povo. Quando o dia do seu julgamento chegou, os guardas foram buscar FrekisÚt, mas nenhum retornou. Eis que de dentro do castelo saiu um homem, totalmente coberto por uma armadura extremamente brilhante, num cavalo prateado e luminoso. O homem falava numa voz estranha, dizendo que era o Avatar da Justiça em Volund, e que a hora do julgamento havia chegado. Depois disso, ele desapareceu da capital e não retornou.
Alguns meses depois, estranhos obeliscos começaram a ser encontrados na capital de Rarandal. Testemunhas diziam que eles haviam brotado do nada, do dia pra noite. Aos poucos, foram se tornando um incômodo, já que havia centenas deles pelas ruas de todo o império. Certo dia o rei, um fanfarrão, mandou que derrubassem todos os obeliscos de uma vez. Porém nada os derrubava, pareciam ser feitos de algo extremamente duro e impenetrável.
A derrubada foi um fracasso, e eis que um dia eles começaram a ficar translÚcidos, e dentro deles a inscrição “Do caos veio, a ordem criou, e para o caos não deverá retornar. Com ferro e fogo, o Julgamento Final será feito e os injustos serão punidos†apareceu. Um pandemônio aconteceu, o dia do juízo havia chegado. O exército se preparou, as pessoas se esconderam em suas casas e um estado de alerta foi emitido pra todo o império. Tudo inÚtil.
Milhares de cavaleiros apareceram do desconhecido, todos de armaduras completas exatamente iguais e faces ocultas. Como se não tivessem identidade, eram todos iguais, parte de algo maior, que dariam suas vidas para proteger. Numa marcha incessante e implacável, eles destruíram TUDO que o império de Rarandal possuía. Cidades, castelos, tudo foi botado abaixo. Centenas de milhares de pessoas morreram tentando proteger suas posseções.
A Última cidade atacada foi a capital, e não teve um destino diferente. Fora levada ao chão sem muita dificuldade, os cavaleiros eram totalmente disciplinados e coordenados, não temiam a morte e eram indubitavelmente leais. No fim, só sobrou a estátua do primeiro imperador, Sudhjorr, e um dos cavaleiros, aquele que havia escapado do castelo, desceu do seu cavalo e foi até a estátua. Se ajoelhou na frente dela, sendo seguido por todos os cavaleiros da tropa.
"À Ordem os homens finalmente retornaram. O Julgamento Final foi executado com sucesso"
Assim que terminou, todos desapareceram num clarão, deixando apenas ruína e morte para trás. E os sobreviventes então, aqueles que não haviam sucumbido aos vícios e ainda caminhavam o caminho da virtude, restabeleceram a civilização para como ela existe hoje. E apenas as pedras dos obeliscos restaram.