Guilda dos Ladinos - Relatos de um Bardo
De Mystical Tales
Tudo o que escrevo aqui, é baseado nos relatos e pesquisas que realizo.
"Porcos miseráveis! O que fizeram com minha taverna!?" - Taverneiro de Luya.
"Bom dia viajante! Eu e meus homens ali nas árvores estamos interessados no que carrega nessa bolsa recheada..." - Vítima narrando o assalto.
"Te condeno a passar por todos os estágios da morte! Sofrer por toda eternidade para pagar pelos crimes, assassinatos e sofrimento que causou à nossa cidade, alguma última confissão?" - Rainha Patricia fazendo seu julgamento.
Dizem que a guilda já existe desde que o primeiro reino humano em Volund foi fundado. Um antro de homens sem escrÚpulos e sem nada a perder, responsáveis por muitas das grandes histórias e tristezas dessas terras. Outros dizem que foram eles quem mantiveram tudo no seu devido lugar, tirando daqueles que muito tinham sem merecer e ajudando pobres esfomeados nas estradas.
Por muito tempo atuaram no Reino de Luyaran liderados por Jacobino, provocando caos e miséria na população. Este, inimigo odiado por todo o Reino, fora um grande homem segundo os membros, que acreditavam que o grupo perpetuaria enquanto ele vivesse. Liderava todo mercado negro da região, mantinha acordos tanto com Luyaran quanto com o Reino Lavaque e, além de hábil assaltante e arrombador, fora grande estrategista e líder.
Em Luya a passagem da guilda foi marcada por uma verdadeira guerra. Depois que a guarda descobriu que os autores dos roubos ao sagrado templo de Luna e aos mercados eram feitos por dois jovens, Bred e Brannon, que viviam a tempo suficiente na cidade para terem a amizade da maioria da gente. De qualquer modo, os dois conseguiram escapar da guarda na noite que foram flagrados, e de acordo com a explicação da guarda, sumiram correndo covardemente pela mata, indo aos covis do bando. Apesar de capturarem um na fuga, na mesma madrugada ele sumira da cela. Isso foi o suficiente parar irar os Luyans, que começaram a se armar contra o Grupo. Mas o fim dessa luta estava longe de acabar...
Sequestros, arrombamentos, assassinatos, fugas, incêndios, muito foi feito em Luya. Essa época foi um marco da Guilda, um grupo conhecido por ações precisas e obscuras por debaixo dos panos expondo-se tanto contra um Reino inteiro era uma novidade. Falava-se que eram pagos pelos Laveques para acabar com a tranquilidade, mas como a maior parte de que aqui escrevo, pode ser apenas conversa de taverna. Incontáveis foram as buscas pelos esconderijos, alguns foram até encontrados e invadidos pelos bravos homens da Rainha, mas poucas respostas eram encontradas. Muitas perdas foram contadas dos dois lados, mas o término dessa sombria Era só chegou com uma grande batalha iniciada numa noite clara no cais de Luya, onde Bred, que já era o braço direito de Jacobino, fora derrubado e degolado em pleno combate, vendo a cena e a derrota, Brannon ordenou a retirada dos homens e correram desordenados para o leste. Os rebeldes, apesar de terem dinheiro e equipamento suficientes, eram poucos e liderados pelos dois rapazes¹ que, apesar do trabalho que causaram, não passavam dois jovens com um pequeno grupo de sanguinários.
Nota¹: acredita-se que Jacobino estava escondido em terras Laveque no auge dos conflitos.
A alegria da cidade voltara como a tempos não se via por aquelas ruas. Com a cabeça de Bred exposta na entrada da cidade os ânimos dos soldados voltaram, mas eles ainda queriam os odiados sobreviventes... Segundo o que um velho da Guilda me relatou, após a derrota no cais Brannon enlouquecera, passando seus Últimos dias trancafiado em sua sala na sede principal ou, nas poucas vezes que dela saiu, indo até o rio lamentar-se enquanto pescava.
Foram quinze longos dias até que Brannon fosse pego, capturado pelos Lâminas, o mais temido grupo de mercenários Luyans. Este não reagiu e viveu o suficiente para ouvir a maldição da própria Rainha Patrícia, a mesma que descrevo no início deste escrito. Com isso, o Reino teve sua vitória, e os combates cessaram, Jacobino sumira para não mais voltar, pois meses depois chegou na cidade a notícia que ele fora assassinado. Entretando a notícia chegou com o aviso que nem tudo estava acabado...
A Guilda, entretanto, sumira, e a tranqulidade voltou a reinar na nova Bel Luna. Homens diziam que aquele foi o fim do Grupo, já outros diziam que viam os mesmos rostos nas noites fora das muradas, porém poucos eram os relatos de assaltos, que passaram a ser fatos isolados. Apesar de eu insistir ao velho que tanto me disse, ele negou, sobre a maldição dos deuses e as doses de rum, que sabia algo recente do Grupo, disse que hoje era um bom homem, livre daquele passado obscuro. Mas também sei que a promessa de um homens desses de nada vale. Alguns pescadores me falaram que também viram homens encapuzados pelas infestadas terras de Luya. Ainda sigo minhas buscas, mas a cada noite tenho menos esperanças, hoje muitos nem sequer sabem da existência da Guilda dos Ladinos... Será que Luyaran realmente venceu esses rapazes? E a mensagem deixada apenas uma brincadeira de mal gosto... Talvez Jacobino tenha dado o poder a um pupilo sobrevivente, quem sabe o próprio barbudo ainda viva, já que não seu corpo nunca foi visto.