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Capítulo 2

De Mystical Tales

Capítulo 2 - Rumo ao Além Mar


A fuga desorganizada parecia impossível, guiados por Valkiria, Hobbes, Ian e Vade Vannet, dois navios de aprontaram para acomodar os refugiados. Pessoas tentavam carregar seus pertences, mas logo se mostrou óbvia a incapacidade dos navios levarem tanta carga. Entre empurrões, brigas e discussão, os capitães dos barcos decidiram se manifestar.

- Quem carrega mais do que o suficiente para a viagem não embarcará! – Exclamaram Rudy e Heth, senhores dos navios. E fez-se ainda mais convincente quando os sobreviventes dos Lâminas e da Hoste se colocaram diante dos para defender está decisão.

No final daquela tarde o medo se ornou um fato incomensurável, os barcos não comportavam todos os sobreviventes, a confusão e o desespero voltaram a tomar conta daquele pequeno pedaço de terra onde todos embarcavam.

Todo o medo se transformou em terror quando, lentamente, um dos inimigos dos Últimos anos, um dos senhores da noite, Tlaloc, o necromante, caminhava em direção aos fugitivos.

- Acalmem-se – Disse o Lich com sua voz trêmula e monstruosa, erguendo suas mãos cadavéricas em sinal de paz. – Os homens não devem ser punidos por caprichos e desavenças dos deuses, uma guerra de vaidades e ciÚmes não merece nem nossa atenção quanto mais nosso sacrifício, esta terra já se inundou de sangue e morte, pelos próximos anos terei material de estudo intacto para continuar minha imortalidade e alcançar minha perfeição. Portanto, eu, Tlaloc o lorde dos mortos, trago um presente aos vivos.

Ao fundo uma névoa fina aparecia em meio à água, esta se destacava apenas por um foco simples de luz, uma vela ou uma tocha, então em plena madrugada fria e chuvosa, dois navios negros vieram no horizonte, os remadores eram os mortos de Tlaloc, as velas rasgadas poderiam ser rapidamente reparadas, e o ódio pelo vilão tornou-se lágrima enquanto olhavam para o necromante que parecia não compreender a grandeza de seu ato.

Os barcos atracaram e os mortos desceram calmamente e em fila, acompanhando seu lorde rumo à noite, rumo a tudo aquilo que estávamos evitando. Assim Tlaloc rumou pela noite para até hoje ser lembrado. Em meio a toda a algazarra, até mesmo os drow passaram despercebidos, com a ajuda de Ganon, os sobreviventes embarcaram escondido rumo a um destino incerto.

Os meses de viagem foram incontáveis, navegávamos os quatro barcos juntos, e conseguíamos nos comunicar com facilidade e até apreciar as figuras menos sociais a nossa volta, havia um arqueiro que vivia isolado de todos, segurava a mão de duas crianças, e parecia proteger sua família com ímpeto.

No barco de Rudy havia prosperidade, pois era o Único sem rato algum, havia uma mulher suja, porém bela, que toda a noite cantava andando pelo barco de Rudy, havia também o misterioso imperador, este permanecia calmo e quieto durante toda a viagem, o barco de Heth era alegre de certa forma, muitos naquele barco eram os sobreviventes da Hoste, e tratavam-se como irmãos, dividiam tarefas e às vezes conversavam e lamentavam pelo convés, sendo que eu mesmo participei dos brindes fÚnebres direcionados para a família real e para Valkiria, se ignorássemos essa melancolia da morte que nos visitava durante a noite, pareceria até mesmo um barco feliz.

O barco comandado por um homem chamado Vann Dov chegava a ser irritante, pois este possuía muitas pessoas acorrentadas e algemadas remando, era um barco rápido, porém dominado pelo medo, a falta de distração no barco não trazia novas lembranças, apenas memórias de dias terríveis.

O quarto barco era o Único que não possuía um comandante experiente o que se revelou uma falha terrível com o passar dos tempos, pois em uma noite escura lembro-me de tê-los visto a estibordo, até mesmo acenei para o homem da proa, mas quando acordei pela manhã todos estavam aterrorizados com o sumiço do barco. E até hoje a fato é tratado como sinal de mau agouro.


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