A Verdadeira História de Capitão Ken
De Mystical Tales
Há vários anos, existiu uma flâmula que, quando mirada do alto das gáveas provocava pânico. A embarcação do Capitão Ken, o demônio negro.
Capitão Ken era um temido pirata que circulava com sua embarcação pelos mares de Volund e além. Ele sabia como ninguém como posicionar sua embarcação de forma que se sobrepusesse sobre o inimigo. Além disso, possuía uma tripulação invejável, todos sonhavam tripular o navio de Cap. Ken. Se chegasse ao ouvido do bravo capitão a história de algum tesouro grandioso, lá ia o capitão conquistá-lo. Bem, foi exatamente essa ambição que o levou ao seu maior e derradeiro erro.
Capitão Ken estava ficando velho e achava um ultraje a velhice conseguir o que ninguém jamais conseguira: matá-lo. Um de seus tripulantes, o navegador, contou-lhe a respeito de um grandioso artefato de Lyria: O Totem da Vida - um pilar de metro e meio de altura que permitiria a quem o despertasse, experimentar por um breve momento o poder da Deusa da Vida. Eis aí o que Cap. Ken procurava, com o instante de poder divino, determinaria divinamente que ele próprio fosse imortal.
O artefato era guardado no meio de uma floresta densa pelos mais poderosos servos de Lyria, mas nem mesmo uma horda de ursos, lobos e árvores-vivas foi capaz de parar Capitão Ken. Ele dizimou todos e tudo o que encontrava pelo caminho. Esperava ter uma batalha épica contra o Grão-Sacerdote, mas decepcionou-se ao matá-lo com um único golpe de sabre. Capitão Ken ordenou que seus homens levassem o totem para a sua embarcação.
No caminho de volta à embarcação, o navegador que contara sobre a lenda, ficou questionando-se a respeito do porquê do grão-sacerdote, tendo acesso a um item de poder fabuloso, fora morto tão facilmente. Mas, cauteloso, guardou suas conclusões consigo.
Capitão Ken posicionou o totem em riste no meio do convés e começou a realizar o ritual de despertar. O totem começou a emanar uma aura branca, quase como uma névoa. Pequenos fios luminosos foram brotando da névoa e dançaram lentamente no ar em direção ao capitão, que regozijava. Um, dois, três... dez fios foram crescendo e alcançando o corpo do capitão. Lentamente, quatro fios enrolaram-se ao redor dos membros do capitão, um para cada membro. O Capitão não entendia, mas acreditou ser parte do processo. Outros dois fios percorreram o corpo do capitão e cada um entrou em uma orelha. Os dois restantes invadiram suas narinas. O capitão foi erguido no ar, gemia como se sentisse dor. Os fios foram puxando o capitão para perto do totem, e cada vez mais perto, até que o capitão já abraçava no totem e envolvido pela névoa enquanto urrava.
Não se sabe exatamente o que se seguiu após isso, somente que houve um grito como jamais visto. Um feixe de névoa luminosa para cima e lá estava a maior e mais horrenda besta marinha que se tem notícia. Uma espécie de lula colossal monstruosa engolia a embarcação inteira.
Capitão Ken conseguira o que tanto desejou, a imortalidade, mas de bom, se é que se pode classificar assim, só teve isso.
O navegador que lhe levara até o totem, fora o único sobrevivente, pois assim que o totem fora colocado dentro da embarcação, ele fugia em um bote para longe, para acompanhar tudo o que acontecera com uma luneta. Ele contou a história em todos os portos que conseguiu alcançar, mas os homens do mar riam, pelo menos até defrontarem a criatura pela primeira vez. Não sei precisar, mas em algum momento, talvez por obra do trauma deixado pela visão Dele, recentemente descobri que a besta que o Cap. Ken virou, foi popularizada como KraKen.
_lenda encontrada em "A Verdadeira História de Capitão Ken", de autoria de John "Pena Precisa" Carriage.