Mudanças entre as edições de "Padre Hobbes"
De Mystical Tales
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Edição das 21h54min de 28 de janeiro de 2008
Prólogo
A pena me falha sempre que eu lembro de dias passados.
Vejo a tinta escorrer pelo pergaminho e ao invés de escura, ela torna-se rubra. É sangue que ela me faz lembrar, o vital líquido que tanto vi em minha mocidade.
Uma vez, conversando com um Barão do Norte, ele disse-me que eu era mais feliz do que ele, mesmo o nobre tendo mais riquezas mundanas do que eu. Ele dizia que homens como eu, nascido sem um berço de ouro, tinha uma liberdade que ele jamais teria. E é verdade, hoje vejo isso. Homens como nós tem que lutar e sofrer, mais do que eles claro, mas nós temos direito da escolha, e esta liberdade, meu caro leitor, vale muito mais do que todo o ouro pode comprar para estes ricos senhores de terras.
E mais do que qualquer outro, por esta liberdade de escolha, e por ao mesmo tempo sofrer tanto tinhamos o que outros homens como ele jamais teriam também.
Fé...
e é com estas palavras que começo a contar a história da minha vida, do sangue à luz.
As palavras Fé e Liberdade.
Capítulo 1 - Os Vermes Lanceiros
Quando se é jovem tudo é permitido. Principalmente quando se sabe manejar razoavelmente armas. E eu aprendi a ser bom com elas com um velho amigo de meu pai que cuidou de mim quando o velho Hobbes, o patriarca da família, estava sem as pernas e apenas com um cotoco do braço.
A guerra nos tira muito, e o que retirou do meu pai era terrível, mas eu sabia que ele tinha sido feliz enquanto esteve lutando.
Todos os nove golpes de espada, os golpes de lança, o uso do escudo para uma bem sucedida "Parede", o que o velho amigo, o Senhor Konstantin, pode ensinar, ele ensinou-me. E naquela época, com a velha sede de saber da juventude, eu aprendi quase tudo.
Quase.
O velho era um fanático por um certo deus que eu só tinha ouvido falar de longe. Em nosso vilarejo as Únicas coisas que acreditavamos era que havia um deus da natureza, que nos ajudava nas colheitas, e no poder do dinheiro. Mas Konstantin falava sobre Atila. Sobre um culto secreto, sobre guerreiros que se respeitavam. Pessoalmente, e isso era da opinião da maioria dos meus companheiros, eu achava que respeitar um guerreiro, ainda mais um adversário, era besteira. Honra não trás vitórias, só falação a toa, e eu odiava aquilo. E foi com este pensamento que eu juntei-me aos Vermes Lanceiros. Naquela época, ao redor do reino, imperava um caos maior do que nos dias atuais. Pode acreditar meu caro leitor, o que nós vemos hoje pode até ser considerao paz, se formos pensar em dias anteriores.
A ameaça LaVeque assolava mais nossas terras, a escassez de dinheiro devido aos altos impostos para manter o exército era terrível e as chagas, sejam elas vindas dos deuses ou de outro lugar, assolavam-nos como o chicote do torturador a lamber nossas costas mas não nos matar completamente.
E quando o caos impera, homens sem qualquer tipo de lealdade a virtudes tornam-se poderosos. Os Vermes Lanceiros não passavam disso, um grupo de mercenários que eram leais somente ao dinheiro e ao sangue no qual banhavam-se depois das batalhas.
E lá conheci Dimitri, o mais feroz dos Vermes Lanceiros. E, ainda que ele não acreditasse em nada, foi em virtude dele que comecei a ser guiado para a luz de Atila.
- parte ilegível devido a borrões de tinta*
...foi assim que o conheci e nos tornamos companheiros. Não diria amigos, porque naquela época os Vermes não eram amigos, eram somente aliados. E há uma grande diferença entre essas duas palavras. Mas a tinta está acabando e ainda resta muito p'ra falar, por isso vou terminar por aqui por enquanto e volto depois, quando conseguir comprar mais tinta....
....(continua)