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Mudanças entre as edições de "Uma última caminhada"

De Mystical Tales

 
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Nisso o paladino ergue a espada, que começa a brilhar com mais força. Com a outra mão ele aponta para as entidades, que surpreendentemente param como se hesitassem por um momento.
 
Nisso o paladino ergue a espada, que começa a brilhar com mais força. Com a outra mão ele aponta para as entidades, que surpreendentemente param como se hesitassem por um momento.
  
- AN KAL CORP! - gritou o paladino, enquanto emitia uma forte luz nas imediações
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- IN GRAV MANI! - gritou o paladino, enquanto emitia uma forte luz nas imediações
  
 
A luz tomou todo o templo em ruínas, iluminando as rochas cuidadosamente esculpidas mas abandonas ao tempo e ao musgo. Ambos ficaram ofuscados, e mesmo o paladino teve que cobrir seus olhos para não ser momentaneamente cegado pela violenta luz. Quando finalmente abriram os olhos, não havia mais nada lá. Todos os espectros foram subitamente banidos de volta para o plano espiritual, onde provavelmente ficariam pela a eternidade.
 
A luz tomou todo o templo em ruínas, iluminando as rochas cuidadosamente esculpidas mas abandonas ao tempo e ao musgo. Ambos ficaram ofuscados, e mesmo o paladino teve que cobrir seus olhos para não ser momentaneamente cegado pela violenta luz. Quando finalmente abriram os olhos, não havia mais nada lá. Todos os espectros foram subitamente banidos de volta para o plano espiritual, onde provavelmente ficariam pela a eternidade.
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- Porque onde existir caos, o medo e a injustiça, eu lutarei. É o meu dever, e morrerei defendendo meus ideais.
 
- Porque onde existir caos, o medo e a injustiça, eu lutarei. É o meu dever, e morrerei defendendo meus ideais.
  
O homem olhava impressionando para o velho cavaleiro. Sua reação normal seria desconfiar, não existia ninguém daquele jeito em Arkadia. Mas o rigor com que o paladino falava tornava seu discurso incontestável. Era impossível duvidar da sua honestidade naquele momento. O viajante encapuzado, que pregava durante toda a viagem que não deveria estar lá, agora esboçava um sorriso tímido e entendia o motivo de sua presença. No seu rosto castigado pelo tempo e pelas batalhas, uma lágrima solitária escorreu caindo no chão de pedra.
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O homem olhava impressionando para o velho cavaleiro. Sua reação normal seria desconfiar, não existia ninguém daquele jeito em [[Silatorm]]. Mas o rigor com que o paladino falava tornava seu discurso incontestável. Era impossível duvidar da sua honestidade naquele momento. O viajante encapuzado, que pregava durante toda a viagem que não deveria estar lá, agora esboçava um sorriso tímido e entendia o motivo de sua presença. No seu rosto castigado pelo tempo e pelas batalhas, uma lágrima solitária escorreu caindo no chão de pedra.
  
 
- Eu... eu não sei o que dizer... Mas como se chama?
 
- Eu... eu não sei o que dizer... Mas como se chama?
  
 
- [[Sigmond Rhodull]], Paladino de [[Mond]].
 
- [[Sigmond Rhodull]], Paladino de [[Mond]].
[[Category:Contos e Lendas]]
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[[Category:Contos e Lendas - Hellfar]]

Edição atual tal como às 20h56min de 10 de julho de 2011

Sigmon Rhodull, o Paladino de Mond O anoitecer caiu rapidamente, e a atmosfera subitamente se tornou hostil e misteriosa. As árvores pareciam ter olhos, e a sensação de estarem sendo observados tomou o coração dos dois viajantes.

- Essa névoa... não pode ser natural - comentou um deles. Trajando uma capa prateada, uma armadura suntuosa, era claramente um tipo de paladino. Olhava para o lado com serenidade e desconfiança, não tinha medo, mas estava apreensivo e deixava sua mão repousar sobre a espada para qualquer surpresa. Seu cavalo era enorme, parecia um cavalo do norte, e sustentava além de seu dono e várias sacolas uma pesada armadura de cavalo.

- Você definitivamente se tornou um velho rabugento. Acha que até a natureza conspira contra você - respondeu o outro rindo. Sua constituição era semelhante, porém esse era mais discreto. Uma grande barba branca cobria o rosto, e um robe acinzentado e surrado cobria seu corpo. Cavalgava meio curvado, os seus anos já pesavam demais.

- Eu posso estar exagerando... mas existe algo errado nessa terra. Nunca ouvi falar de nenhum habitante daqui, e não é possível que isso seja uma terra vazia. Tão cheia de vida... e de morte. Eu sei que você também está sentindo algo, mas enquanto eu me tornei rabugento você se tornou apático - disse o cavaleiro rindo - E agora só carrega esse cajado e essa lanterna como se fosse um louco varrido.

- Meu tempo já passou meu caro amigo... você diz que tem uma missão, eu não tenho mais nada, quero apenas um lugar pra descansar. Não sei como conseguiu me convencer a vir com você.

- Eu tenho certeza que tenho uma missão. E ela me levou até você. Meus objetivos estão além de Kalesh, meu lugar não é lá. Eu fui pra lá exatamente para levá-lo em nosso destino.

- E você acha que é aqui?

- Não sei. Como se chama essa terra?

- Os nativos chamam de Arkadia pelo que eu descobri quando paramos no forte. A cidade que estamos indo... eu não sei o nome, só sei que fica no final dessa estrada. Pra norte.

- Tenho um estranho pressentimento dessa terra. Talvez seja o lugar. Mas... estamos cavalgando a horas, e você disse que chegaríamos pela tarde!

- Meu conhecimento de mapas nunca foi grande - respondeu o encapuzado rindo - me de qualquer forma, devemos estar chegando... a noite caiu e essa névoa está bloqueando nossa visão severamente.

- Sim... estamos vulneráveis - disse o paladino segurando o cabo de sua espada Assim que ele terminou a frase, a espessa névoa permitiu que eles vissem cercas a frente. Possuíam uma pequena base de pedra, e grades de metal erguendo-se acima. Estavam em péssima condição, pareciam estar abandonadas à vários anos. O portão não existia mais, deixando a estrada completamente livre.

- Errr... aqui é a cidade certo? - disse o paladino

- Acredito que sim. Eu acho... sinceramente, não acho que ninguém mora aqui mais. Devemos seguir em frente, e achar outra cidade rápido, para deixarmos os cavalos descansarem e conseguir comida.

- De acordo. Mas vamos investigar um pouco essa cidade, ou ruínas, o que quer que seja.

Então os dois viajantes cavalgaram mais um pouco, e perceberam que a cidade não estava de toda abandonada. Haviam várias casas, todas se amontoando ao longo da encosta, como se estivessem tentando fugir para o mar. E havia fogo nas ruas, alguém deveria viver ali. Mas mesmo assim, nenhuma alma viva estava nas ruas.

Eles então amarraram seus cavalos num velho carvalho, com as folhas avermelhadas, que ficava próximo a praça. Então uma construção chamou atenção do paladino. Era um templo, mas parecia que havia sido abandonado à muito tempo, e estava em ruínas. Um grande símbolo da justiça guiava até um pequeno pedestal, com uma escultura de um livro aberto. A escultura já estava bastante danificada, mas uma inscrição quase apagada podia ser lida. "Conforto é dado, Justiça é obtida" ela dizia.

- Finalmente chegamos. É aqui, eu tenho certeza. Nossa última grande missão meu amigo.

- Talvez seja povoar essa cidade fantasma - respondeu o velho rindo.

- Que seja, mas devemos ficar aqui e descobrir o que temos que fazer.

Quando o velho paladino terminou a frase, um frio intenso atingiu a espinha dos dois.

- Velhote largue isso... tem algo aqui!

Nesse momento uma figura fantasmagórica se ergueu avançando sobre os dois com violência. A energia vital de ambos foi rapidamente sugada, mesmo assim rapidamente o velho de capuz tirou uma cimitarra de prata, trespassando vigorasamente o corpo plasmático do espectro. O guerreiro de armadura então sacou sua espada, que emitia um brilho prateado tímido porém muito destacado pela atmosfera negra do local.

Como um enxame de abelhas, várias aparições começaram a surgir, como se elas tivessem os dois como um alvo bem definido. Fantasmas de todos os tipos avançavam vigorosamente, e os dois homens deram as costas um pro outro.

- Não se preocupe... Mond não nos abandonará.

Nisso o paladino ergue a espada, que começa a brilhar com mais força. Com a outra mão ele aponta para as entidades, que surpreendentemente param como se hesitassem por um momento.

- IN GRAV MANI! - gritou o paladino, enquanto emitia uma forte luz nas imediações

A luz tomou todo o templo em ruínas, iluminando as rochas cuidadosamente esculpidas mas abandonas ao tempo e ao musgo. Ambos ficaram ofuscados, e mesmo o paladino teve que cobrir seus olhos para não ser momentaneamente cegado pela violenta luz. Quando finalmente abriram os olhos, não havia mais nada lá. Todos os espectros foram subitamente banidos de volta para o plano espiritual, onde provavelmente ficariam pela a eternidade.

- Já estou ficando cego... - disse o encapuzado - e você faz uma merda dessas. Eu preferia destruí-los um por um!!!

- Nosso dever não é destruí-los meu caro, e você sabe muito bem disso. Eles são vítimas de uma maldição, e devo purificá-los para que possam voltar para seu plano original.

- Sim, sim, mas destruindo sua forma material... ah esqueça. Vamos ver se achamos habitantes ou se você acabou de expulsar todos. Assim que o velho terminou a frase, uma voz tímida pôde ser ouvida numa casa próxima a praça.

- Ei vocês! Venham aqui!

Uma figura sombria chamava os dois forasteiros, que pegaram seus cavalos e levaram até a porta da casa. Chegando lá um homem de meia idade olhava para os lados amedrontado enquanto falava com os dois.

- Não devem andar por essas terras a noite senhores. Eu vi o que podem fazer... foi impressionante. Mas mesmo assim a noite aqui não é para os vivos. Acreditem em mim.

- O que aconteceu aqui? - perguntou o paladino serenamente. Seu companheiro ajeitou o capuz como se não quisesse de forma alguma que vissem seu rosto. Sua postura de guerreiro, que apresentou momentos atrás, agora se tornou novamente a postura de um velho cansado.

- Talvez o meu tataravô saiba. Quando eu nasci já era assim, e meus pais não ousavam me falar nada. À noite é um inferno, os mortos voltam para nos aterrorizar sempre. Poucos que saíram a noite retornaram ilesos até hoje. Por isso fechamos nossas portas e reforçamos nossas preces, e mesmo vendo que podem se proteger, eu aviso que devem deixar esse lugar.

- Porque estão aqui então?

- É a nossa terra, nosso povo. Preferimos resistir e esperar, talvez um dia tudo melhore.

- Então ficarei e lutarei, como vocês. Tenho uma missão a cumprir, e é exatamente aqui que eu fui destinado a ficar. O templo da justiça é o sinal.

- Aquele templo? - perguntou homem apontando para a construção em ruínas - Já foi um templo, é o que dizem... para uma deusa ancestral, não me lembro o nome, mas diziam que era a padroeira dessas terras antes de ficar... dessa forma. Depois de tudo o templo foi abandonado, e hoje é aquilo. Acho que a justiça nos abandonou.

- A justiça é plena meu caro. Mas acredito que nunca tenha lido a inscrição na pedra. "Conforto é dado, Justiça é obtida". Se essa terra foi amaldiçoada, vocês têm um problema. Suas opções são simples, pois o conforto de se acomodar e viver com medo já lhe foi dado. Mas a justiça, ela tem que ser tomada, deve ser conseguida. Vou reerguer o templo com minhas próprias mãos, e ele será um símbolo da resistência.

- Mas senhor... porque isso?

- Porque onde existir caos, o medo e a injustiça, eu lutarei. É o meu dever, e morrerei defendendo meus ideais.

O homem olhava impressionando para o velho cavaleiro. Sua reação normal seria desconfiar, não existia ninguém daquele jeito em Silatorm. Mas o rigor com que o paladino falava tornava seu discurso incontestável. Era impossível duvidar da sua honestidade naquele momento. O viajante encapuzado, que pregava durante toda a viagem que não deveria estar lá, agora esboçava um sorriso tímido e entendia o motivo de sua presença. No seu rosto castigado pelo tempo e pelas batalhas, uma lágrima solitária escorreu caindo no chão de pedra.

- Eu... eu não sei o que dizer... Mas como se chama?

- Sigmond Rhodull, Paladino de Mond.